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GOTAS DE ÁGUA, EMBACIADAS - GOTAS DE AMOR
05-12-2012 03:34GOTAS DE ÁGUA, EMBACIADAS - GOTAS DE AMOR
Ainda guardo as tuas luvas. Deixaste-as no meu carro, o mesmo que nos abrigou à conversa tantas e tantas vezes enquanto chovia lá fora. Lembro-me que tinhas o hábito irritante de desenhar com os dedos nos vidros embaciados quando sabias que eu detestava, mas ainda assim, fazia-lo com aquele à vontade que a mim me deixava pouco à vontade, que me fazia corar, por ti, contigo, para ti. Desenhavas isto e aquilo, corações em redor das gotas que iam morrer no vidro, dizendo que haveria sempre mais corações do que gotas… E no último desenho esqueceste as luvas. Hoje choveu e no vidro não vi nenhum coração, apenas uma, duas, três, milhares de gotas que me trouxeram saudades das tuas mãos. Como eu adorava ficar de novo irritado com os teus amorosos desenhos, afinal com a doce sensação de que um dia tuas mãos, fariam desenhos no meu corpo. Por isso suplico inegavelmente, REPETIÇÃO.
Adelino Guimarães.
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